segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Homem com H.



Ney de Souza Pereira, conhecido nacionalmente e fora do país como Ney Matogrosso é um ícone da música popular brasileira, e isso todos nós já sabemos.
O que você talvez não saiba é que esse artista consagrado no cenário intelectual e musical é nascido em Bela Vista, princesinha do Apa no Mato Grosso do Sul.
No dia 1º de agosto de 1941, no Pantanal, fronteira com o Paraguai, o menino de sangue latino respirava os ares da pequena cidade de clima quente.
Orgulhosamente, a coluna de hoje traz o perfil de um bandoleiro da música.

Ney foi um adolescente sozinho, gostava de passar horas na mata, afastado da cidade e das pessoas, acompanhado pelos seus cachorros. Com um pai militar, era obrigado a seguir a rotina de mudanças e viagens, conseqüência das transferências. Permaneceu em Bela Vista até os 17 anos, onde foi criado na fazenda do seu avô.

Morou em Recife, Rio de Janeiro, Salvador, Campo Grande, entrou na aeronáutica e não sabia ao certo o que fazer do seu futuro. Admirador de teatro e da arte em geral, sempre teve dentro de si um bom gosto e uma postura digna de um charmoso homem com H.

Convidado pelo seu primo foi trabalhar no laboratório de anatomia patológica do Hospital de Base de Brasília. Nessa época de adolescência formou quarteto e cantou em um festival universitário e apresentou programa de TV. Em 1966, chega ao Rio de Janeiro, onde se mantém confeccionando peças em couro, adotando uma filosofia de vida hippie.

Conheceu João Ricardo através de uma amiga chamada Luli, que compôs alguns dos seus grandes sucessos. João então chama Ney para cantar no seu grupo, por causa da sua voz aguda. Ele se muda para São Paulo, onde teve a rotina exaustiva de ensaios. Adota como nome artístico o sobrenome do seu pai, Matogrosso.

O grupo que João Ricardo tenta lançar é “Secos & molhados”, formado por Ney, o Jornalista João e o estudante de arquitetura Gerson Conrad.

Ney larga sua estabilidade e vira formalmente o vocal agudo dos “Secos & Molhados”.
Com poemas musicados faziam shows para multidões no Brasil todo e encontrava finalmente um rumo para sua vida: o palco.
Torna-se o centro das atenções e percebe que seus companheiros de grupo se sentem incomodados com o rótulo de “grupo de homossexuais”. Ney conta no seu site que “gerava naturalmente muita curiosidade nas pessoas”. Lida com o preconceito de forma inteligente e não se prende aos tabus que tanto ofendiam a massa.
A acadêmica de Jornalismo, Lyra Libero, vocalista da banda de rock Bullet Cluster de Campo Grande declara que “Secos é a banda de tropicalismo mais rock and roll que existiu. O Secos beberam da fonte do rock, do blues, do jazz e da música genuína”.
No site Ney também fala sobre a censura, onde as pessoas eram torturadas e não podiam se expressar, diz “que se tornou uma pessoa muito contraria a preconceitos” e novamente é rotulado como “travesti” por trabalhar com uma personagem, onde se caracterizava com luxo e beleza.
Por divergências sai do “Secos e molhados” e começa a carreira solo, onde passa a ser reconhecido com uma grande personagem da mais virtuosa música brasileira.
Conhece Cazuza com quem tem um relacionamento, namoram durante um tempo significativo, onde Ney influencia na vida profissional do poeta exagerado. “Eu costumava dizer: Cazuza o mais importante na sua obra é o seu pensamento”.
Divide o palco com grandes nomes da música nacional, como Tom Jobim, Chico Buarque, Pedro Luis, Caetano Veloso e muitos outros.
Outro fato bastante interessante é que a banda de rock “Kiss”, teria se inspirado no “Secos e molhados”.
O cantor já gravou mais de trinta discos e hoje é considerado um dos maiores interpretes da MPB.

Fonte: http://www2.uol.com.br/neymatogrosso/home.html

4 comentários:

  1. Ney Matogrosso é sensacional!
    Gostei muito do perfil dele, muito bem escrito. Gostoso de ler.

    Rê...fico feliz com esse novo espaço.Sinto que vão rolar muitas coisas "saborosas" por aqui.
    visitarei sempre!
    bjo

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  2. Não poderia ter inaugurado esse espaço de forma melhor! Que esse blog sirva de espelho para todo o talento que tem! Esse Homem é tudo!! Será que eu morro se postar aqui que falta evolução cultural do Estado para reconhecê-lo? Rsrs bjão! Amo te

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